A importância dos
livros e da leitura na minha vida
Um livro, Mil folhas,
a pele que se escreve em mim…
Quando eu era pequenina, mil era,
para mim, um número mágico… Mil representava tudo aquilo que eu não sabia, tudo
aquilo que eu nunca tinha visto, nunca tinha sentido, nunca tinha vivido, nunca
tinha lido…
Mil era a distância que me
separava da escola, dos números que desconhecia, dos livros que não tinha.
Quando eu era pequenina, a escola era um espaço gigante e a professora era uma
fada que retirava dos livros as histórias que me encantavam. Depois a
professora fada ensinou-me as letras, a seguir aprendi a ler as sílabas e, por
fim, construi palavras. Juntei frases e li textos e quando já sabia ler textos
mil vezes bem, a professora fada, depois de me apresentar ao alfabeto e de me
dar uma caixa de lápis para que eu o desenhasse e sentisse, confiou em mim e emprestou-me
um livro! E que feliz que eu fui com o meu livro!
A minha mãe (que sempre me amou
mil) foi alimentando a minha curiosidade (também ela mil) e fez do livro um
amigo fiel. Os livros foram prenda, foram recompensa, foram desafio, foram
paixão e sofrimento. Com eles cresci, vivi, aprendi…
Um dia, anos mais tarde, a minha
professora de Filosofia emprestou-me um livro… a minha mestra apresentou-me
outro mundo, novos autores, universos inexplorados.
Em cada época, um livro, em cada
livro, uma conquista. Com o meu todo que é tudo - a minha filha – que eu amo
mil, descobri novos livros e percebi o quão doce é o prazer da leitura e da
partilha.
Hoje, já crescida (sim, porque
entretanto cresci mil…) afago as letras e sinto-lhes a alma. Os livros trazem
em si vidas, derrotas, vitórias e sonhos… Sonhos mil.
E se um dia deixar de sonhar é
porque a magia das letras que se conjugam em mil palavras morreu em mim.
Mas enquanto existirem bibliotecas
como a da Henrique Sommer e empreendedoras com a professora Helena Silva,”(…) o
mundo pula e avança como uma bola colorida entre as mãos de uma criança” apesar
“(D)A nossa necessidade de consolo (ser) impossível de satisfazer”…
Prof.ª Sofia Fazendeiro
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