Todos temos um prato preferido, um filme preferido, um lugar preferido, um poeta preferido. Eu não sou exceção. Vou poupar-vos a pormenores e vou direta ao poeta preferido – Fernando Pessoa – e ao lugar preferido onde gosto de o evocar – a Escola Secundária Henrique Sommer. É já uma tradição. Todos os anos, a convite da professora bibliotecária Helena Silva e das professoras do 12.º ano de Português, este ano a professora Ana Paula Andrade, lá regresso onde em tempos fui feliz. Entro na escola com a familiaridade de quem ainda ontem lá esteve, de mãos dadas com o Poeta.
Os alunos já nos esperam na sala de aula. Eu “regresso a mim”, como diria Campos, sou professora e desoculto o Fernando “quotidiano e tributável”, que amou, brincou com os sobrinhos e riu como uma criança, que o incontornável Poeta também foi, e o Nininho, o Íbis e o Fernandinho enchem a sala.
Este ano decidi mudar a metodologia de trabalho e propus uma atividade que vai ao encontro do que Paulo Freire defende: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.” Os alunos aderiram e ainda fizeram sugestões de melhoria da atividade. Obrigada!
Mas esta visita foi particularmente feliz por outro motivo: reencontrei, nos agora jovens adolescentes que frequentam o 12.º ano, um grupo de antigos alunos de quem fui diretora de turma no 5.º ano. Os meus meninos cresceram tanto e os seus olhos continuam a brilhar, como antes, a transbordar de sonhos e do futuro feliz que os espera. Desejo-vos tudo de bom! Que sejam grandes e inteiros! Sejam felizes!
Prof.ª Maria João Serrado
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive
Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa
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