quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Mês Internacional da Biblioteca Escolar I 7 de outubro I O Fernando regressa à Henrique Sommer

 

O Fernando regressa à Henrique Sommer

7 de outubro de 2024

Desde sempre que o poeta Fernando Pessoa despertou a minha imaginação. Entre os meus devaneios, gosto de imaginar que nos conhecemos, que conversamos… Regressar à Henrique Sommer para falar do “meu” Poeta é sempre um enorme prazer, um enorme privilégio. Sempre generosa, a professora Helena Silva, professora bibliotecária do AE Henrique Sommer, que todos os anos me convida para ir visitar os alunos do 12.º ano, a mim e ao Fernando agradece-me, mas sou eu que tenho de agradecer, é um momento tão feliz para mim… e que desperta a minha criatividade. De repente, começa o meu devaneio.

O Fernando também gosta de ir à Maceira, mas vai sempre inquieto, como se fosse a primeira vez. Preocupa-o a ideia que os alunos têm dele. Às vezes, quando se aproxima a data, pergunta-me, escondendo o nervosismo:

- Vamos visitar aquela escola sua amiga quando, Maria João?

- Está para breve, Fernando, está para breve…

- Se eu não conseguir acompanhá-la, peço ao Álvaro para ir consigo, ele é mais extrovertido…

- Vamos todos, o Fernando, “os do grupo” e eu. Não se preocupe, vai ser divertido. Até podemos contar uma das suas anedotas. E os alunos ficarão a saber quem é.

- Lamento, Maria João, mas isso não será possível, eu próprio “Não sei quem sou, que alma tenho”.

- Vamos perseguir a “figura que [deixou] escrita na memória involuntária dos outros” e conseguirá ver-se de fora.

Olha-me com condescendência, mas no dia acordado, à hora marcada, lá seguimos os cinco rumo à Maceira. Já no regresso a casa, pergunto:

- Gostou, Fernando?

- Esta sua escola amiga é muito simpática, sempre que cá vimos “a minha alma alegra-se com seu sorriso, um sorriso amplo e humano, como o aplauso de uma multidão.” Quando regressamos?

- No próximo ano letivo, Fernando… - respondo, também eu de alma alegre e já desperta do meu devaneio.

Obrigada a todos!

Maria João Serrado num diálogo imaginado com Fernando Pessoa, motivado pelas visitas à Maceira.

 













 

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