terça-feira, 5 de maio de 2020

"A minha vida antes e depois do aparecimento do surto COVID 19" (continuação)


Mais três textos, selecionados aleatoriamente, sobre "A minha vida antes e depois do aparecimento do surto COVID 19"
Boas leituras!


Antes deste temível vírus aparecer, todos os dias acordávamos, e, sem nos darmos conta, seguíamos a mesma rotina ingrata: levantávamo-nos, olhávamos pela janela, sem sequer agradecer por estarmos bem, por respirarmos, e, principalmente, por podermos ter a possibilidade de estarmos com as pessoas que amamos, por sair à rua sem medo e abraçarmo-nos.
Não sinto o peso que muita gente sente por não se ter despedido bem de certas pessoas, pois por pior que pareça, muito antes disto acontecer, já me despedia das pessoas mais importantes, como se fosse a última vez que as via. Eu sei que não vão, nem eu vou viver para sempre e nunca sabemos o dia de amanhã, tal como não prevíamos o confinamento e o isolamento social devido a este vírus.
No dia a dia, íamos para a escola passávamos os dias com as pessoas que gostamos, com professores que dedicam a sua vida a ensinar- nos a ser melhores pessoas e a quem, por vezes, não damos o devido valor, andávamos pelos mesmos caminhos, passávamos pelos pássaros que cantavam sem os apreciar como mereciam e, mais importante, tínhamos a possibilidade de olhar para o céu e de nos sentirmos livres e raramente o fazíamos.
No entanto, nós seres humanos, na maioria das vezes, só damos valor às coisas e às pessoas quando estas nos são tiradas ou quando percebemos que não as podemos tomar como garantidas para o resto da vida.
Quando nos apercebemos que este vírus iria afetar também o nosso país, todos correram para os supermercados, não deixando quase nada, não se lembrado das pessoas que iriam, infelizmente, passar a quarentena sozinhos, as que mais precisavam de ajuda. Fomos gananciosos e não nos ajudámos uns aos outros, talvez o ser humano nunca mude, mas cá estamos nós, passado mais um mês fechados em casa, agora que sabemos que, apesar dos infetados serem muitos, não é o fim do mundo e para pôr fim a tudo temos de ser humildes e generosos. É pena só percebermos isso depois deste tipo de situações.
Pessoalmente, decidi passar a quarentena apenas com a minha avó, já que sabia que ela iria ficar sozinha. Eu sei o quão difícil já é estarmos fechados em casa mesmo com a família, então, sozinhos seria um pesadelo.
Com esta quarentena (era bom que fosse mesmo uma quarentena, pois assim ao menos saberíamos que poderíamos voltar a ser livres daqui a 40 dias, o que não aconteceu) temos todos a nossa dose de aborrecimento e o meu principal desejo, além do de todos os que conheço estarem bem, é que as pessoas comecem a valorizar tudo, não só o facto de sair de poder casa, mas também de poder abrir uma porta sem ter medo, entrar em casa sem recear estar infetado ou infetar alguém.
Esta é a minha perspetiva desta repentina mudança de vida, mas infelizmente, sei que rapidamente deixamos o passado para trás, e, um dia, deixaremos outra vez de valorizar estas pequenas coisas.

Érica Marinho, 10.ºA
Abril 2020
 


Em primeiro lugar, para todos aqueles que não sabem, COVID-19 é uma doença provocada pelo novo coronavírus, brutalmente contagiosa, que pode causar uma infeção respiratória grave, como a pneumonia. Este vírus foi identificado pela primeira vez em humanos, no final de 2019, na cidade chinesa de Wuhan. Atualmente, este vírus está espalhado por todo o mundo e tem causado muitos problemas tanto a nível da economia do país como nas vidas das pessoas, pois, por ser uma doença muito contagiosa, conseguiu colocar milhões de indivíduos hospitalizados e já causou milhares de mortes.
Para além disso, é importante salientar as desvantagens que este vírus nos trouxe, pois não só alterou o quotidiano da população, como também as mentalidades. Digo isto, pelas restrições que foram impostas pelos Estados de cada país, como a proibição de sair à rua, o impedimento de afetos entre pessoas, o uso obrigatório de luvas e máscaras, entre outras.  Estas medidas adotadas pelo Governo, assim como o medo de vir a ser infetado, ajudaram a que o vírus não se propagasse dramaticamente, mas tiveram algumas consequências negativas, nomeadamente na saúde mental de alguns cidadãos.
Esta pandemia também me abraçou, felizmente, não da maneira mais contagiosa. Enquanto há mais ou menos três meses atrás, estava a ter, no que eu diria, uma vida normal, a ir à escola, sair com os meus colegas, divertir-me junto daqueles que mais amo, tudo sempre para me livrar de estar em casa, agora vejo-me obrigada a estar confinada neste espaço. Ou seja, depois deste surto pandémico, a minha nova rotina tornou-se praticamente num pesadelo, dormir, comer e estar no computador o dia inteiro.
Quem diria que isto fosse alguma vez acontecer e que nos fosse afetar tanto como está a afetar?! Todos os dias se tornaram numa luta com um fim indeterminado, para nós que estamos em casa e, principalmente, para aqueles que se encontram nos hospitais.
Por fim, há que ter esperança dado que já não é o primeiro surto, nem a primeira crise que o mundo tem de enfrentar e de ultrapassar.
Débora Bernardo, 10.ºA
Abril 2020


A minha vida antes do surto Covid 19 era mais movimentada, convivia com mais pessoas do que convivo atualmente e não me era proibido sair de casa nem de ir para outro concelho. Não tinha quaisquer preocupações em conviver com a minha família e em dar-lhes abraços e beijos.
Atualmente, só posso frequentar o meu concelho e não posso sair de casa. Tem sido difícil ao longo destas semanas, não só por não poder sair de casa, mas como também não poder dar abraços e beijos à minha família como medida de prevenção. A escola à distância não é muito fácil, mas temos tanto eu como os professores colaborado imenso e tem de continuar assim até ao final do terceiro período.
Com este novo surto fico bastante alarmada devido ao número de mortes, que têm vindo cada vez mais a aumentar. Fico chocada como é que um vírus pode causar assim tantas mortes.
Assim, para evitar um mal maior, devo ficar em casa, não contactar com os meus avós e manter a higiene recomendada.
Daniela Domingues, 10.ºA
Abril 2020
 



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