O 25 de Abril não é apenas uma data no calendário; é uma data inspiradora do poder do povo unido em busca de justiça, dignidade e liberdade. É uma celebração da coragem daqueles que ousaram sonhar com um futuro melhor e trabalharam incansavelmente para torná-lo realidade.
Vale a pena ler o testemunho do professor António Almeida e ouvir a entrevista do aluno Gabril Santos, do 6.º C.
No amanhecer daquela manhã de quinta-feira, dia 25 de abril de 1974, um jovem de onze anos deslocou-se, como habitualmente, para a escola.
À hora do almoço, quando saía da escola para ir almoçar a casa, estranhou a presença do pai que, de automóvel, esperava para o levar para casa. Como não era, e não voltou a ser, habitual o jovem questionou o porquê da inesperada boleia: “os militares do GACA 2 1 andam na rua… parece que houve uma revolução” respondeu-lhe o pai, com um ar algo preocupado.
Em casa, todas as atenções estavam viradas para a RTP e para o Rádio Clube Português, mas as informações eram poucas e, enquanto os pais sussurravam sobre revolução e liberdade, um jovem de onze anos via-se envolvido num misto de curiosidade e incerteza.
Nas ruas de Torres Novas, principalmente as que ficavam perto de sua casa, o jovem sentia no ar a energia da revolução, enquanto ele, com olhos cheios de ingenuidade, tentava entender o significado de tudo.
Nos dias seguintes, a rádio transmitiu discursos apaixonados e passou músicas proibidas, enchendo os ouvidos do jovem com novos, alguns nunca antes ouvidos, sons e melodias.
A agitação das pessoas, os sorrisos e abraços compartilhados, eram uma promessa de um país diferente, um país onde a voz do povo finalmente iria ser ouvida.
Mesmo sem compreender completamente o significado de tudo aquilo, o jovem sentia a emoção palpável no ar. Era como se algo extraordinário estivesse a acontecer, algo que mudaria para sempre o rumo do seu país e da sua própria vida.
E, naqueles dias, entre a inocência da infância e a promessa de um futuro em liberdade, ele testemunhou, com olhos brilhantes, o nascimento de uma nova era em Portugal.
Prof. António Almeida
1 Grupo de Artilharia Contra Aeronaves 2 – Torres Novas
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