VI EDIÇÃO DO FESTIVAL RONDA POÉTICA DE LEIRIA I MACEIRA I 24 DE ABRIL
“Poesia em tempo de guerra I «Paz sem vencedor e sem vencidos»”
ACONTECEU NESTE DIA… FOI EM ABRIL
Sempre que se aproxima uma comemoração, as pessoas entusiasmam-se, falam do assunto, e muitas delas tentam perceber se ainda têm a mesma vontade de ver tudo com os mesmo olhos de sempre.
Amanhã mais um dia no horizonte: o quadragésimo nono 25 de Abril. Foi tão lá para trás que aconteceu. Em 1974. Era tudo tão diferente, e a diferença maior? O uso da palavra mais querida de todas - LIBERDADE- não se fazia, e parecia condenada a desaparecer, aqui neste pequeno país dominado por ideais tão resistentes à mudança.
Mas depois aconteceu. Na vontade de alguns, neste caso, militares, foi possível fazer a diferenças. Se foi fácil? Não! Uma Revolução democrática, só vence se houver vontade comum. Uma Revolução democrática só vence se houver justiça para todos. Uma Revolução democrática, só vence, se a LIBERDADE que se quer para todos, não seja só usufruto de alguns, pois a LIBERDADE traz muita responsabilidade: nela se vivem DIREITOS, mas também os DEVERES. Uma Revolução democrática nunca está concluída, precisa constantemente de atenção a poderes ambíguos e mal-intencionados. Uma Revolução democrática, traz vida e vontade de fazer melhor, traz necessidade de intervenção construtiva, de participação, onde o respeito mútuo nunca se perca, se esboroe por entre arrogâncias e abordagens individuais, pois a vida democrática inclui uma SOCIEDADE com capacidade de dar e exigir, e trabalhar para o bem comum. Este dia, 25 de Abril, não pode ser só um eco de discursos e boas vontades, tem de ser um dia em que não podemos esquecer o porquê de ter acontecido.
Todos juntos, entre aqueles que o viveram, os que ouviram falar, os que o estudaram, todos aqueles que não o querem esquecido, com todos, é possível construir, manter, exigir, que a justiça e a liberdade, que são os reais esteios de uma verdadeira democracia, não nos escapem por entre discursos fáceis de encantar.
E para que se construam diariamente caminhos povoados de memórias que nos capacitem da importância de não esquecermos a História, o nosso 25 de Abril aconteceu num átrio polvilhado de jovens e adultos, que em conjunto recuaram a 1974. Ouviram “E Depois do adeus” e “Grândola Vila Morena”, dando assim conta que o processo estava em marcha. Com o célebre discurso de Salgueiro Maia (Rodrigo, 6º D), que na noite de 24 de Abril, na Escola Prática de Santarém proferiu a necessidade de acabar “ com o estado a que isto chegou”, e acompanhado de “ camaradas militares”, sem faltar a distribuição das flores da Revolução, os cravos , com a prestimosa colaboração da Mafalda e Camila, alunas do 6º B, com a imprescindível presença de “repórteres e fotógrafos”, o “Largo do Carmo “(átrio da Escola), testemunhou o fim de uma época, e o início de um caminho que se deseja pleno de cidadania.
Prof.ª Olga Correia
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