quarta-feira, 29 de abril de 2020

"A minha vida antes e depois do aparecimento do surto COVID 19" (continuação)


Mais três textos, selecionados aleatoriamente, sobre "A minha vida antes e depois do aparecimento do surto COVID 19"
Boas leituras!




          No início deste ano, tal como nos outros, tudo decorria normalmente para uma rapariga da minha idade. A minha rotina era basicamente ir à escola, ter catequese aos fins de semana e estudar. De vez em quando, saía com os meus amigos e ia passear ou jantar fora com os meus pais, mas o estudo ocupava muito do meu tempo livre, e,por vezes, abdicava de certas coisas para poder ter tempo para ele.
          A partir de um certo momento, houve uma grande mudança na vida de todos nós, e passámos a ter “todo o tempo do mundo”, uma vez que, na China, surgiu uma doença altamente contagiosa, provocada por um vírus, que afetou milhares de pessoas no mundo inteiro, designada por COVID 19. Este vírus, inicialmente, levou à adoção de várias medidas que permitiam melhorar a higiene dos espaços públicos, por exemplo, mas, o aumento da sua propagação levou ao confinamento social  da população e ao encerramento dos serviços que não são de primeira necessidade.
          Assim, estou “trancada” em casa, tal como a minha mãe, que já não trabalha. Neste momento, o meu dia a dia resume-se a acordar à hora que eu quiser, fazer alguns trabalhos que os professores enviam, passar o resto do tempo a desenhar, ouvir música, ver séries e filmes e, ao fim do dia, deitar-me, muitas vezes, tarde. Faz mais ou menos um mês que não saio de casa sem ser para ir ao jardim ou andar um pouco até ao pinhal, pois, como vivo numa aldeia tenho esse privilégio, ao contrário das pessoas da cidade.
          Na primeira semana, o isolamento foi um alívio, na minha opinião, porque, na escola, estávamos numa fase em que tínhamos muitos testes, trabalhos, e apresentações, e assim serviu para conseguirmos organizar o estudo e as fichas, por exemplo, e também para relaxar um pouco, como se fossem umas pequenas férias e que voltaríamos ao normal num instante, embora isso ainda não tenha acontecido.
          Ainda que, ao início, este vírus tenha sido algo “oportuno”, atualmente já é algo que nos cansa, uma vez que estamos confinados a um espaço fechado sem poder ir a nenhum lado e os nossos passatempos vão acabando. Muitas vezes, os dias são exatamente iguais, não tenho vontade de me levantar da cama, nem de tirar o pijama. Mas, mesmo assim, tenho que admitir que ainda não estou farta desta rotina, pois arranjo sempre algo que me ajude a passar o tempo e assim consigo relaxar, pois antes sentia-me sobrecarregada e agora tenho oportunidade de ter tempo para mim própria. Apesar de existirem alguns lados bons de passar os dias em casa, sinto falta de estar com os meus amigos e de viver a minha vida normal.
          Este surto fez-me perceber que não podemos tomar as coisas como garantidas, pois, como experienciamos, num dia temos tudo e no outro não temos “nada” e por isso, antes não tínhamos noção de como é importante aproveitar o tempo com os outros e de passar o tempo a fazer aquilo que mais gostamos. Depois de este episódio passar, espero conseguir realizar mais atividades de que gosto.
           Deste modo, somos obrigados a adaptar-nos a esta nova realidade. Temos demasiado tempo livre que podaríamos dedicar àquilo que gostamos, mas não podemos sair. Continuamos a ter aulas, mas através da Internet. Temos também que conviver com as nossas famílias, algo que acredito que para alguns não seja fácil, mas no meu caso, não me posso queixar.
         Concluindo, o COVID 19 causou várias alterações nas nossas vidas, que, como referi inicialmente, foram algo que alguns precisavam, mas, agora, eu acho que esta realidade nos assusta a todos, pelo facto de não sabermos quando tudo isto vai acabar. Então, neste momento, o importante é limitar-nos a cumprir as ordens que nos são dadas de modo a promover a nossa saúde e a dos outros, e a aguentar os próximos meses até que esta situação se acalme e tudo volte à normalidade.

                                                                                                                  Laura Barbeiro, 10.ºA
                                                                                                                   Abril 2020

A covid-19, coronavírus, surgiu em dezembro do ano passado, numa província chinesa. Nessa altura, a Comissão Municipal de Saúde de Wuhan reportou uma pneumonia de causas desconhecidas. Suspeitava-se que todos os casos estavam relacionados com um mercado de alimentos e animais vivos (peixe, mariscos e aves). Já em janeiro de 2020, o Centro de Prevenção e Controlo das Doenças da China informou ao mundo que um novo coronavírus era o causador destas pneumonias.
Antes do mundo ter conhecimento deste novo vírus, a vida corria de forma banal, ou seja, os alunos iam à escola, a economia desenvolvia-se sem grandes problemas, as empresas funcionavam sem despedimentos ou entradas em lay-off. No entanto, tudo mudou quando, em meados de fevereiro, alguns países foram atingidos por este novo vírus, sendo obrigados a tomar algumas medidas drásticas.
Quando a covid-19 surgiu pela primeira vez em Portugal, este, a meu ver, não estava devidamente preparado a nível de equipamentos de proteção para quem presta cuidados a pessoas infetadas, embora estivesse minimamente preparado a nível “mental”, tomando, desde cedo, algumas medidas necessárias que impediram a rápida propagação do vírus.
Devido a tais medidas, por indicações da DGS (Direção Geral da Saúde), as escolas de todo o país foram encerradas e os alunos foram para casa, mais tarde algumas empresas viram-se obrigadas a enviar alguns trabalhadores para casa, em lay-off, com trabalho e outros chegaram mesmo a ser despedidos. Uma vez que a educação dos jovens não pode parar, o governo optou por criar métodos de ensino à distância ou telescola. Na minha opinião, estas medidas foram criadas para o nosso bem, mas tem as suas desvantagens, as pessoas não podem despedir-se dos seus familiares, não podem conviver pessoalmente, tendo, por isso, este ano, ocorrido uma Páscoa diferente, sem o tradicional almoço familiar.
Considero que Portugal, e todo o mundo, tenderá a ficar nestas condições durante mais alguns meses até que uma vacina apareça e de certa forma voltarmos todos à normalidade.
André Salvaterra, 10.ºA
Abril 2020
 


Recuando um ano atrás ao momento vivido atualmente, estaria a viver aquilo que diria o melhor da minha vida. Digo isto, pois a minha vida mudou à cerca de dois meses, devido a uma grande pandemia que engoliu o mundo, a chamada coronavírus.
Talvez porque tinha a barriga cheia, diria que a minha vida era uma seca, mal sabia eu o que aí vinha. Estou há mais de um mês fechada em casa, agarrada à cama, por vezes até ao sofá, mas não passa disso. A minha rotina levou uma reviravolta, como diriam os matemáticos, deu uma volta de 180 graus.
As ruas cheias de barulho, jantar fora e até uma simples ida à escola é o que deixa o maior rasto de saudade. Mas o que deixa maior buraco no meu coração é a falta de um simples abraço ou até um beijinho, algo que era tão normal nas nossas vidas e agora é impossível.
Já dizia o Piruka , na vida não há impossíveis , vamo-nos fixar nesta frase e ter a máxima esperança possível . Porém, as nossas vidas nunca vão voltar ao normal rapidamente, há ainda muito trabalho pela frente.

Mariana Ricardo, 10.º A
Abril 2020
 


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