terça-feira, 13 de março de 2018

O escritor António Mota, por Iara Sebastião


ANTÓNIO MOTA



No dia 8 de março de 2018, o grande escritor António Mota visitou a nossa escola. Foi, sem dúvida, um acontecimento que marcou todos os que com ele tiveram o prazer de conversar. Eu, pessoalmente, gostei muito da sessão: RIMOS, FALÁMOS, BRINCÁMOS e APRENDEMOS!!! Durante a sessão fiz-lhe algumas perguntas às quais ele respondeu de forma muito interessante e engraçada.
 A partir da conversa que tivemos, conclui que o escritor António Mota começou a escrever aos 20 anos com o livro “Aldeia das Flores”. Quanto à inspiração para escrever, António Mota respondeu: “Inspiração, inspiração, essa palavra não existe. Existe uma ideia e depois temos de trabalhar nela.” Quando lhe perguntei como se sentia ao saber que existia tanta gente que aprecia o seu trabalho, António Mota referiu não ter em conta o que os leitores vão pensar, pois apenas pensa na história que espera que agrade aos leitores.
Quanto à história do “Pedro Alecrim”, o escritor disse ter-se baseado na sua infância para o escrever. Para além disso, referiu nunca pensar poder vir a escrever um livro: “Todos os escritores que conhecia eram de Lisboa. Como é que um homem de Baião poderia ser um escritor?”, disse. No entanto, quando recebeu um telefonema a informá-lo que tinha recebido um grande prémio da Fundação Gulbenkian, nem queria acreditar, acrescentando que na altura para ele só os da capital ganhavam prémios: “Eu pensava que eram só os de Lisboa que ganhavam prémios”. Ainda sobre a história de “Pedro Alecrim”, o escritor referiu que, infelizmente, perdeu o pai na altura em que estava a escrever o capítulo do livro em que Pedro também perdia o pai. Demorou, depois, dez meses a escrever este capítulo de três páginas, pelo que afirma: “Este livro tem uma coisa muito especial”. Ficamos também a saber uma curiosidade muito engraçada sobre este livro. No início tinha como título “Partiram as cordas ao cavaquinho”, pois Pedro perdia o pai, e como a única recordação que tinha deste era o seu cavaquinho, partirem-se as cordas era como partir-se o coração de Pedro. No entanto, no ano da publicação do livro, foi eleito Presidente da República, Cavaco Silva. Para não haver qualquer relação com a política, António Mota decide alterar o título do livro para “Pedro Alecrim”, depois de ter pedido ajuda a Maria Alberta Menéres, que o aconselhou a ler vezes sem conta a história, pois o título estaria na história.
Quanto à história “Cortei as tranças”, o escritor, respondendo à pergunta do porquê de o ter escrito, afirmou que o escreveu, porque um dia lhe perguntaram o motivo de não escrever histórias com raparigas. Então, decidiu escrever um livro só com raparigas, demonstrando um carinho especial por ele: “É um livro muito querido para mim!”.
No que respeita ao livro “Heróis do 6ºF”, o escritor diz “peguei num espelho que deforma as coisas e meti tudo o que era de escola lá dentro.”. À pergunta se gosta mais de escrever para os mais pequenos ou para os maiores, António Mota respondeu que, inicialmente, preferia escrever para os maiores, mas, depois de ser avô dividiu-se, e passou a gostar também de escrever para os mais novos.
Esta sessão ficará para sempre na nossa memória, pois permitiu-nos conhecer melhor o escritor António Mota. Desta sessão ficará para sempre a sua última afirmação: “Quando voltarem a ler os meus livros, vão ouvir a minha voz. É extraordinário!”.
                                                                                                   Iara Sebastião, 6ºD, Nº12
                                                                                                                                    2018










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