Hoje, publicamos seis textos, selecionados
aleatoriamente, sobre "A minha vida antes e depois do aparecimento do
surto COVID 19"
Boas leituras!
Toda a gente
tem uma vida, uns melhores, outros piores, mas apesar disso, todos nós nos
encontramos na mesma situação, devido à pandemia mais falada pelo mundo, o
covid-19. Querendo ou não, grande parte do mundo teve de mudar os seus hábitos,
a sua maneira de viver, tudo.
Desde pequena
que sempre fui à escola, e por muito boa aluna que fosse, havia sempre uma
parte de mim que preferia estar em casa de férias, mas há uma grande diferença
entre estar de férias e em quarentena. Quando hoje vejo a situação em que me
encontro percebo que nunca pensei experienciar algo assim. Todos nós conhecemos
outros problemas deste género, devido aos livros de história, que foram
ultrapassados e é estranho pensar que daqui a um tempo ao abrir um livro de
história vão falar desta situação.
A forma de
ter as aulas mudou, eu até estou a gostar da experiência de ter aulas assim,
principalmente, porque me ajuda a passar o tempo e a não pensar tanto nesta
pandemia, mas preferia estar na escola, algo que nunca pensei na vida que ia
dizer, mas é a verdade.
Antes disto
levantava-me cedo para ir para a escola, estava com os meus amigos, tinha aulas
de dança, ao fim de semana ia à catequese ou ia passar uns dias com a família
que está mais longe e agora não posso fazer nada disso, nem ir jantar fora para
aproveitar o tempo, a única coisa que posso fazer é videochamada, mas todos
sabemos que não é a mesma coisa. E mesmo assim eu ainda me sinto felizarda pois
tenho um terraço para puder sair à rua e uma boa varanda para apanhar sol, pois
aquelas pessoas que vivem num apartamento não têm muita possibilidade de o
fazer e assim ainda se torna mais frustrante. Quando não tinha escola e estava
de férias não tinha de estar fechada em casa, e até podia achar uma seca por
não ter nada para fazer ou por passar alguns dias sozinha, mas agora,
comparando com toda esta situação, entendo a sorte que tinha, pois podia sair
para matar as saudades dos mais próximos e ir à praia, piscina ou cinema…agora
estamos todos distantes e cada vez é mais difícil e triste, e não se tem vontade
de fazer nada e sem duvida, que me deixou muito mais pensativa.
Quando
Portugal ainda não tinha começado a enfrentar esta pandemia, nem ligava muito a
isto, mas agora percebo o quão má ela é, e que realmente transtorna uma vida. É
triste olhar para os números a subir e pensar em todas aquelas pessoas que
faleceram, sem sequer se puderem despedir das famílias. A verdade é que não
pudemos fazer nada para além de cumprir as regras que nos dão. Eu não consigo
entender a pessoas que andam por aí como se nada fosse, estarem a meter a vida
delas em risco, é com elas, mas o problema é que podem estar a meter em risco
mais pessoas e seguidamente todo o país, é essa a consciência que todos temos
de ganhar senão, não se vai a lado nenhum.
Concluindo, a
partir deste momento, percebo que tudo mudou. Toda a gente se queixava da vida
que tinha por coisas mínimas sem sequer pensar que havia situações bem piores.
Sem dúvida que agora dou muito mais valor ao que tinha e ao que quero voltar a
ter.
Lara Santos, 10ºA
Abril 2020
Antes do surto de COVID-19,
a minha vida tinha uma rotina bastante constante, a típica vida de estudante.
Eu levantava-me todas as manhãs às 7:00, preparava-me e ia para a escola para
ter aulas todos os dias às 8:30. Assim que as aulas acabavam, chegava a casa,
fazia os trabalhos de casa e ia jogar para o computador.
Quando as notícias
referentes ao COVID-19 se começaram a tornar mais abundantes e o número de
países infetados começou a aumentar, tornou-se bastante claro de que era apenas
questão de tempo até Portugal também ser infetado. A partir do momento em que
isso aconteceu e o vírus se começou a espalhar dentro do nosso país já se sabia
que em breve seriam tomadas as medidas que também já tinham sido tomadas
noutros países da Europa, o que incluía o encerramento da maioria dos serviços
públicos e privados e, claramente, das escolas.
No dia 12 de março foi
anunciado que as escolas iriam ser encerradas a partir de dia 16, fazendo do
dia 13 (sexta-feira) o nosso último dia de aulas presenciais. Eu e os meus
colegas já sabíamos que, a partir desse dia, os nossos horários e o nosso
estilo de vida iriam mudar drasticamente.
Nos dias de hoje, eu posso
afirmar que a minha vida mudou bastante, havendo tanto alguns pontos positivos
como negativos. O lado negativo do surto, que é bem mais óbvio e direto do que
o lado positivo é que, como o COVID-19 é uma doença nova, pouco se sabe sobre
ela, houve a necessidade de se fazer uma quarentena, o que transformou o meu
estilo de vida num estilo mais sedentário.
Contudo, apesar do lado
negativo do surto, eu considero que a minha vida melhorou. A rotina antiga de
acordar para ir para a escola e de sair, na maioria dos dias, tarde chegou a um
fim e, sinceramente, eu considero que esse foi um dos pontos positivos, porque
eu já estava a começar a ficar bastante saturado e cansado de ter que passar
tantas horas na escola, fechado numa sala. Para além disso, agora eu tenho mais
tempo para descansar e para me divertir, enquanto acompanho a matéria das
diferentes disciplinas a um nível mais gradual. Além do mais tenho mais tempo
de sobra, o que me permite fazer exercício, de modo a manter o meu bem-estar
físico e evitar consequências do sedentarismo, e que eu tenciono usar para
aprender outras línguas (de momento estou a começar a aprender japonês).
Eu já me adaptei a este
estilo de vida e eu até prefiro o ensino assim (menos carga horária em aulas,
mas mais trabalho e conteúdo fora das aulas), porque com menos tempo ocupado
com aulas, os alunos têm mais tempo para se organizarem e se aplicarem naquilo
que sentem mais dificuldade ou que acham que devem estudar de forma mais
detalhada, o que faz com que possam gerir melhor a forma como trabalham e,
assim, terem um melhor desempenho nas diferentes disciplinas.
Ricardo Sousa, 10.ºA
Abril 2020
No final do ano passado, um novo vírus surgiu em Huang, uma
cidade no centro da China. Este novo vírus, chamado de novo coronavírus ou
COVID-19, mostrou ter uma enorme velocidade de propagação, pelo que, no espaço
de poucos meses, infetou imensas pessoas em quase todos os países do mundo,
causando inúmeras mortes.
Foi quando este vírus chegou a Portugal que começaram a
surgir diversas mudanças na minha vida. Poucos dias após o primeiro caso
registado em Portugal, as escolas foram encerradas. Todos os alunos tiveram de
ficar em casa de quarentena, pelo que as aulas normais deram lugar a aulas
digitais. Deixei também de ter ensaios musicais e as típicas reuniões de
escuteiros passaram a ser online.
Para além das atividades do quotidiano, também as atividades
das férias que já estavam marcadas tiveram de ser adiadas, tal como a viagem
dos escuteiros à ilha Terceira, nos Açores.
Mas, sem dúvida, o que me afetou mais neste conjunto de
mudanças foi ter de me afastar dos meus amigos e familiares, dos quais sinto
muita falta.
No entanto, apesar de o vírus ter causado algumas
preocupações, devemos aprender com ele para que no futuro possamos enfrentar
problemas deste género. Tal como todos os problemas, este tem uma solução e
acredito que vai ser encontrada e que vamos todos poder retomar a nossa vida
normal.
Francisco Ascenso, 10.ºA
Abril 2020
O coronavírus afetou e continua a
afetar a vida de milhares de pessoas. Através da quarentena e do distanciamento
social, o contacto humano foi reduzido quase a zero.
A minha vida, assim como a de quase toda a gente,
também foi afetada com esta pandemia. Maioria das atividades que tinha como
garantidas, como jogar à bola ou conversar pessoalmente com amigos, foram-me
totalmente tiradas. Todavia, através da internet, posso continuar a
comunicar e falar com os meus amigos. Sabendo que há pessoas a
morrer, famílias a sofrer, médicos sem dormir, não me considero numa posição na
qual eu possa reclamar muito. É verdade que minha vida foi afetada, mas tudo o
que tenho de fazer é ficar em casa a estudar, ver séries, filmes, jogar e
dormir… Se pensarmos bem, parece a vida perfeita, monótona, mas perfeita.
Sendo sincero, a quarentena não me
afetou tanto como pensei que iria afetar. Sempre fui introvertido e
envergonhado, mas não digo que "não me importo com o COVID-19" porque
sei que pessoas estão a sofrer muito, e isso seria injusto e rude para com
elas.
Resumindo
e concluindo, a minha vida mudou drasticamente. Estou desejoso que esta
pandemia acabe, não por mim, mas por todas as pessoas que estão realmente a
sofrer.
Leonardo
Leitão, 10.ºA
Abril
2020
Dia 2 de março, Portugal registou o
seu primeiro caso de covid-19, e dez dias depois o nosso Primeiro Ministro
encerrou todas as escolas. Desde então encontro-me em isolamento social.
Estou em
casa há cerca de um mês e dez dias, com o meu irmão, e a minha mãe que está a
trabalhar em Home Office. A situação
não é a mais confortável, mas fazemos o que é preciso para nos protegermos.
A pior parte de tudo isto são as
saudades dos amigos, da família mais afastada, e até mesmo dos meus avós que
mesmo vivendo do outro lado do pátio só os vemos pela janela para os proteger, visto
que o meu pai ainda está a trabalhar fora de casa.
Eu acredito que depois desta pandemia,
o mundo nunca mais vai ser o mesmo, as pessoas terão mais receio por exemplo de
cumprimentar os outros e também viveremos com a saudade daqueles que nos
deixaram devido à doença.
Mas enfim… Com a ajuda dos
profissionais de saúde e de toda a gente, espero que tudo melhore o mais rápido
possível para poder voltar à possível normalidade, poder estar com os meus e
sermos todos totalmente felizes novamente.
Tiago Ascenso, 10.ºA
Abril 2020
Antes do sars-cov2, tinha
uma vida com a de qualquer outro adolescente de quase 16 anos, num país
desenvolvido. De semana, acordava cedo para ir para a escola. à tarde voltava para casa, ia para o quarto, fazia
as tarefas de casa pedidas pelos professores, e claro aproveitava um pouco do
tempo para jogar e descontrair, sem contar com as atividades extracurriculares
pois estas nem todos a possuem.
Recebi
a notícia de que a China estava numa grave crise de saúde pública já nos finais
de dezembro. Como a informação era muito recente, o alarmismo não foi grande.
Cerca de quatro meses se passaram, temos perto de 2,5 milhões de infetados e
170 mil mortos, o mundo todo está fechado (ou devia).
No início, parecia tudo simples, íamos
ficar uns dias em casa e pronto tudo acabaria bem, mas ao longo dos dias, é
cada vez mais difícil é de suportar esta situação. O afeto é a primeira coisa de
que se sente falta, seguido da companhia. Um povo que está tão acostumado ao
afeto e às gentes vê-se trancado em casa!
Para mim o mais difícil até agora têm
sido a falta de afeto e de socialização, sobre a escola ainda não consigo ter
voto na matéria. Estar em casa sem fazer nada não atrapalha em nada o meu psicológico,
já estava bastante habituado a isso e consigo arranjar uma ou outra maneira de
combater um pouco a solidão.
No final disto, só quero ir ter com
quem me é importante, abraçar os que amo ou dar pulos de alegria. Quer viver
mais a vida, pois ela é tão curta comparada com o que existe para fazer. Desta
doença só podemos tirar uma lição: nós não somos os dominantes, na verdade,
somos bastante frágeis e a nossa estadia aqui por mais meia-dúzia de
anos só depende de nós.
Rodrigo Monteiro, 10ºA
20-04-2020
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