Os últimos,
mas não menos importantes, quatro textos sobre "A minha vida antes e
depois do aparecimento do surto COVID 19"
Boas
leituras!
Têm sido dias muito difíceis. Os
ponteiros do relógio parecem permanecer sempre no mesmo sítio e as horas não
passam para que eu possa estar com quem mais gosto.
Eu, realmente, era tão, mas tão
feliz e nem me dava conta. Sinto tanta falta de um abraço, de um beijo e tantas
saudades de passar horas e horas a rir-me com os meus amigos.
A minha vida era bela, mesmo que, no
momento, eu não achasse, mas agora olho para trás e sinto que devo dar mais valor
a tudo aquilo que me era indiferente.
Tenho passado os dias desejosa de voltar
às minhas rotinas, à minha vida normal. Quero tanto sair com os meus amigos e,
acima de tudo, dizer-lhes que gosto imenso deles, pis não está a ser nada fácil
estar sem eles.
É superdesgastante a situação
de confinamento e de isolamento social e, só de pensar que já não vai ser nada
como antes, dói por dentro.
Tenho imensa pena das pessoas
indefesas, que sem qualquer culpa, faleceram e continuam a falecer cada dia que
passa.
Em suma, temos mesmo de viver a vida
da melhor maneira possível, dando mais valor aos outros, aos pequenos gestos… A
vida é, de facto, um sopro! Acredito, contudo, que tudo vai ficar bem!
Bruna Silva, 10.ºA
Abril 2020
O COVID-19, um vírus que surgiu na
província de Wuhan, teve um puder imenso de alterar por completo a minha vida,
não sendo para melhor.
Na
minha opinião, para além de mudar a minha vida, mudou também a vida de muitos
portugueses, espanhóis, franceses, chineses, enfim, todas as populações do
mundo.
Antes desta pandemia, a nossa vida
era normal, podíamos fazer tudo com a máxima normalidade, sair de casa, ir a
festas, frequentar a escola, ir ao supermercado, ter encontros com os amigos.
Desde que este surto se estendeu a Portugal, a vida dos portugueses passou a
ser diferente, mais condicionada ao espaço familiar, tendo sido restringidas
muitas coisas, nomeadamente os encontros com os amigos, as idas a festas, mas,
acima de tudo, a ida à escola, o que se tornou um verdadeiro problema para mim
e decerto para todos.
Com
a restrição das saídas, os nossos hábitos rotineiros tiveram de ser
modificados, o facto de ir para a escola, não só facilitava o encontro com os
amigos e professores, como também, era uma forma de nos arranjarmos e de sair
de casa.
Este
surto trouxe-me uma enorme tristeza, pelo facto de o Domingo de Páscoa ser
passado de maneira diferente, não poder estar com a minha família e não receber
a minha madrinha, nem o meu padrinho em casa.
Concluindo, este novo COVID-19 traz
consigo muitas mortes, muitas restrições e consequentemente muita tristeza e
preocupações. A meu ver, tudo isto poderá ser superado, mas é preciso que todos
cumpram as normas impostas pelo governo.
Rodrigo
Bento, 10.ºA
Abril 2020
Minha vida antes do Covid-19
costumava ser agitada e cheia de afazeres. A rotina da minha casa era
corrida, costumávamos receber bastante visitas, algumas durante a semana e
outras, sobretudo, nos finais de semana.
Eu tinha uma rotina normal de estudante:
acordar cedo, estar na escola às 8:30 e retornar por volta das 18:00. Tentava
fazer todas as minhas tarefas durante a semana, porque sabia que, no final de
semana, era corrido, a menos que eu acordasse mais cedo o que era
difícil já que eu nunca acordava antes da 11:00 da manhã. Desde pequenina,
mesmo no Brasil, tive aulas de músicas. A música é o meu passatempo favorito
das horas vagas, sinto que a música me inspira e me tranquiliza, escutar uma
melodia com o ritmo e a harmonia perfeita não tem preço, então todas as terças
e sextas-feiras à noite tinha aulas das 20.30 até as 22.00 e aos domingos tinha
cultos de jovens às 10:00 de manhã e ensaios com a orquestra as 17:00 da tarde
e, logo em seguida, ocorria o culto oficial de todos os meus dias, que eram os
meus favoritos da semana.
Por mais que me sentisse cansada da
minha rotina de dormir tarde e acordar cedo, eu amava passar tempo com a minha
família e amigos, ir à escola, mas o que eu mais gostava mesmo era de sair com
meus amigos e ir para aula de música. Lembro-me que minha instrutora e auxiliar
da música ralhava comigo todas as vezes que eu pontuava errado as lições e,
quando saia do andamento da partitura, só lhe faltava ter um ataque cardíaco. Ela
tinha hábito de usar palavras bonitas como motivação, explicava a importância
de uma partitura ter um andamento correto e belo, dizia que todas as vezes que
saímos do andamento de uma partitura, a música deixa de ter sentido e quando
isso acontece não conseguimos senti-la com o coração e o mesmo acontece com as
nossas vida quando seguimos pelo caminho errado.
Sinto uma saudade imensa de ter tudo
isso de volta. A minha mãe diz que na nossa vida temos que ter de tudo um
pouco, um pouco de amigos, amor, caridade, humildade, conhecimento, respeito ao
próximo e devemos fazer a diferença no mundo sem perder nossa essência natural.
Confesso que estar em casa o dia todo, tendo de aturar as minhas primas, é
terrível, mas ao mesmo tempo é bom ter as pessoas que amamos por perto, por
mais que, às vezes, eu sinta uma vontade inexplicável de trancá-las dentro do frigorifico.
É difícil sinto-me estar a viver em prisão domiciliária, mas nada que o tempo
não possa resolver.
No entanto, a quarentena também teve aspetos positivos, um deles
é que eu pude praticar bastante os meus dotes culinários. Vou voltar à escola
bem gordinha! Porém, o que me deixou verdadeiramente feliz é conseguir falar
com meus amigos e família do Brasil, todos os dias por vídeo chamada. O meu pai,
como também está de quarentena, liga-me todos os dias, o que apenas acontecia somente
a cada 4 meses, por causa do trabalho dele e do fuso horário. A minha bisa não
consegue nem segurar o telemóvel direito, mas ela liga-me sempre e diz para eu
não me preocupar que, quando eu casar, ela vai estar lá e não tem Covid-19 que
a impeça disso. É muito gratificante me poder sentir perto deles, mesmo estando
a quilómetros de distância.
Mirella Santana, 10.ºA
Abril 2020
Antes
de esta pandemia nos afetar, eu podia estar com os meus amigos e familiares
sempre que quizesse e onde quizesse. Não me apercebia da liberdade que tinha
tanto nos meus afazeres na escola, como nos meus tempos livres.
Este
tempo que tenho estado em casa, com quase nenhuma liberdade, fez-me sentir
muita falta daqueles tempos ocupados pela escola, a aprender e a conviver com
os meus amigos e professores.
Contudo
este tempo “sozinho” fez-me também perceber quem são os meus verdadeiros
amigos, aqueles que realmente se preocupam comigo e que falam comigo quase
todos os dias, seja por chamadas, mensagens ou video-chamadas. Por isso quando
esta pandemia terminar, é com eles que quero estar em primeiro lugar, para
recuperar o “tempo perdido”.
Para
concluir, espero que esta pandemia acabe de vez, para que as pessoas, pouco a
pouco, voltem às suas rotinas, e possam fazer as pequenas, mas importantes, coisas
da vida, como dar abraços, beijos, apertos de mão e conviver novamente de perto
com os outros.
Renato Rodrigues,
10.ºA
Abril 2020
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