Mais
três textos, selecionados aleatoriamente, sobre "A minha vida antes e
depois do aparecimento do surto COVID 19"
Boas leituras!
Boas leituras!
COVID-19 – um tipo de coronavírus que
surgiu em 2019 – é uma pandemia que assola o mundo inteiro em 2020. No entanto,
não é uma pandemia qualquer. Na atualidade, estas duas palavras são associadas
por qualquer um a um grande sentimento de medo e sofrimento. Fazem mesmo o
homem mais destemido e confiante preocupar-se e ansiar por se trancar na segurança
da sua casa. Tudo isto, porque as enormes proporções que o surto deste novo
coronavírus assumiu não tinham sido antecipadas.
Deste modo, esta pandemia levou a que
a maior parte das pessoas se tornasse bastante precavida relativamente à
convivência com os outros. E estas têm bons motivos: apenas um simples toque ou
uma pequena tosse de um portador com este vírus leva a que uma pessoa que se
encontre próxima deste tenha a probabilidade de o apanhar. E o pior é que essa
mesma pessoa contaminada pode ter este vírus, sem o saber, já que é possível se
encontrar com COVID-19 por até 14 dias, antes de apresentar sintomas.
Contudo, o que mais me causa
apreensão, tal como se sucede a outras pessoas, não é o facto de apanhar este
coronavírus, mas sim o de o transmitir aos meus entes queridos mais vulneráveis.
Digo isto, dado que, sendo eu uma pessoa saudável com nenhuma doença (de
momento), o COVID-19 não me afetaria gravemente. No entanto, à minha avó de 83
anos pode ser fatal, visto que os idosos são um grupo de risco.
Assim, não sendo o receio de
prejudicar familiares e amigos somente meu, mas sim de muitos outros
indivíduos, a maioria da população tem tentado evitar o contágio e a propagação
da doença, através do isolamento social.
O isolamento social, apesar de ser
odiado por muitos, é também aceitável para outros. Enquanto que há incontáveis
pessoas extrovertidas que sentem a falta das saídas com amigos e da convivência
com estes, há também aqueles que ficam completamente bem em casa, todos os dias.
O meu caso assemelha-se mais com a descrição do segundo grupo, dado que, sendo
eu uma pessoa introvertida que passa a maioria das férias em casa de pijama,
não notei muita diferença da minha vida normal, para além do facto de não poder
cumprimentar as pessoas que amo.
Todavia, eu considero que o que
sofreu maior diferença com o COVID-19 foi a escola, tendo a mudança desta sido
profundamente notada por qualquer aluno, independentemente dos seus gostos e da
sua personalidade. Afirmo isto, já que, com este vírus, as aulas presenciais
foram suspensas por um período indeterminado de tempo, tendo estas dado lugar a
um ensino à distância. Relativamente a esta mudança, há diversas opiniões. Há
muitos alunos que consideram o ensino não presencial melhor e mais
interessante. Entretanto, eu considero-o trabalhoso e pior que o normal, pois
para além de ser mais difícil tirarmos dúvidas, somos obrigados a despender uma
maior parte do nosso tempo a tentar perceber a matéria que é dada virtualmente.
Com tudo isto, apesar das opiniões
variadas acerca das consequências do COVID-19 na nossa sociedade, eu acredito
que este irá mudar para sempre o modo como convivemos uns com os outros. Para
além disso, iremos com certeza retirar futuramente alguma lição desta
experiência difícil, bem como nos tornar pessoas mais resilientes capazes de
lidar com imprevistos e dificuldades.
Mariana Pereira, 10ºA
Abril 2020
Vivendo entre o sonho e a realidade
Tendo-me sido proposto que expresse a minha opinião sobre a
minha forma de vida anterior e posterior ao surto de covid19, sinto que a minha
existência sofreu grandes alterações.
Por vezes, tenho a sensação de que estou a viver num sonho,
mas depois apercebo-me de que é esta é a vida real. Quando estudamos factos
históricos, percebemos que estes acontecimentos fizeram parte do passado,
contudo agora somos nós que vamos fazer a história, vivendo no meio desta
pandemia, que irá ser referida nos manuais de história futuros.
Este simples facto
muda as nossas vidas para sempre e faz-nos perceber a importância daquilo que
antes não valorizávamos. Quando somos privados de coisas simples e rotineiras,
é que estimamos verdadeiramente o seu valor.
Vivo entre o receio da contaminação e as saudades da
proximidade com os outros. Antes desta pandemia, sentia alguma desmotivação em
ir para a escola. Compreendo agora que era importante e desejo que tudo volte,
rapidamente, à normalidade, para poder conviver novamente com os meus amigos,
colegas, professores, familiares… Tenho saudades de sair de casa, viajar com a
minha família, jantar com os avós ou com os amigos… Todas estas coisas são
importantes para mim, porque transmitem-me estabilidade emocional, mas só agora
as valorizo verdadeiramente.
Devido a este vírus, os seres humanos poderão tornar-se menos
afetivos pelo distanciamento que é exigido. A permanência da doença entre nós pode
ser tão prolongada que poderá ser natural aceitarmos como normal esse afastamento
e isso entristece-me. Sinto que estamos privados da nossa liberdade e que o
tempo vai passando sem que o estejamos verdadeiramente a viver e a aproveitar,
como se apagássemos momentos das nossas vidas. Parece que vivemos numa ditadura
em que governa este maldito vírus e estou ansioso por retomar a normalidade da
minha vida, tendo consciência de que poderá demorar muito até conseguirmos.
Mas nem tudo são aspetos negativos, destaco o facto da
maioria das famílias se ter aproximado e considero que a solidariedade e
generosidade têm aumentado, entre todos. Também me agrada o facto de o ser
humano ter a fantástica capacidade de adaptação a novas situações e se
reinvente, aproveitando o melhor de cada um. Fico feliz por estarmos unidos
nesta luta comum.
Desejo que este surto não tenha consequências tão dramáticas
e negativas como eu imagino. Percebo agora que tinha uma vida feliz e
maravilhosa antes desta doença e sei que quando a normalidade regressar vou
saborear e desfrutar de cada simples momento.
Francisco
Crespo, 10ºA
Abril
2020
O COVID 19 é uma
doença contagiosa que está a afetar o mundo inteiro em vários aspetos,
nomeadamente na economia e na saúde.
Antes deste
surto, eu achava que a minha vida era secante, porque todos os dias era
a mesma rotina de acordar cedo e ir para a escola e estava sempre ansiosa que
chegasse a hora do almoço para sair da escola com os meus amigos, para ir
comprar gomas e ir para o parque conversar. Tenho saudades desses momentos de
convivência, sem ser pelo telefone.
Agora
percebo que as vezes devíamos dar mais valor a certas coisas como quando
estamos com alguém, não estar sempre no telemóvel e aproveitar o tempo.
Apesar de todos os constrangimentos do
confinamento e do isolamento social, este tempo em casa está a ser bom, pois
passo mais tempo com a minha família a brincar, a fazer bolos e desenhos com os
meus irmãos. Acho que vai ser mais difícil acompanhar a matéria. Por um lado,
preferia estar na escola, independentemente de ter aulas, pelo menos saía de
casa e estava com os meus amigos, mas, por outro, prefiro estar em casa, apesar
de às vezes se tornar cansativo.
Concluindo,
acho que todos temos a aprender a dar mais valor a um simples beijo ou abraço e
a ter hábitos e mentalidade diferentes, depois de tudo o que já passámos neste
tempo de quarentena.
Diana Domingues, 10.º A
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