terça-feira, 28 de abril de 2020

"A minha vida antes e depois do aparecimento do surto COVID 19" - Desafio lançado aos alunos do 10.º A


Os alunos do 10.º A foram desafiados a escrever um texto subordinado ao tema “A minha vida antes e depois do aparecimento do surto COVID 19”.
Com a devida autorização de todos os alunos, serão publicados três textos por dia… a ordem de escolha dos textos é aleatória!
Muito obrigada, queridos alunos!




           Como é de conhecimento geral, o nosso país e o mundo está a passar uma fase complicada devido ao surto da pandemia do Covid-19 que está a causar um número avassalador de mortos em todo o mundo, assim como outras consequências, como por exemplo, económicas e emocionais.
 Consequentemente, foi decretada uma quarentena geral que fechou todas as escolas desde dia 13 de março. Desde então, a minha rotina diária e as minhas relações com familiares e amigos mudaram drasticamente.
Neste momento, estou em casa com a minha mãe, avó e irmão e a única maneira de ver outros familiares é pelo computador, negando-nos qualquer tipo de contacto físico, pois abraços ou apertos de mão estão fora de questão.
O mesmo se aplica às amizades, mas sorte a minha, eu sou um rapaz que gosta muito de jogos de vídeo, e já está habituado a ter este tipo de contacto por ecrã e a falar com eles através de plataformas digitais como o Discord.
Em relação à minha rotina diária, sem a escola, as saídas de casa e o futebol, o que me resta é arranjar outros divertimentos como jogar ping-pong com o meu irmão, estar no computador ou ver séries, continuando a fazer os trabalhos que os professores vão mandando para nos manter sempre a par das matérias. Apesar de eu ser muito apegado às tecnologias, depois de um mês sem sair de casa, esta nova rotina já cansa.  O que me vale é que a ideia de trabalhar a partir de casa não me traz sofrimento, porque estou habituado a estar no computador e até me facilita o trabalho em alguns aspetos.
            Estas mudanças todas trouxeram-me muita saudade da liberdade do antes, mas sei que o mais correto agora é ficar em casa e esperar que tudo melhore, para então matarmos as saudades de quem tanto desejamos abraçar neste momento. Vai acontecer!

Miguel Marques, 10.º A
Abril 2020

Honestamente, nunca pensei vir a dizer que tenho saudades da escola ou dos ensaios da banda até à meia noite. Antes do surto de covid-19, tinha a vida de qualquer adolescente: levantava-me todos os dias de manhã, bem cedo, para ir para a escola e quando saía ia ao ginásio, à banda ou ao inglês e, de seguida, ia para casa, jantava, estudava até que a minha cabeça não pudesse mais, tomava banho e ia dormir. Pode parecer uma vida um bocado monótona, mas nunca pensei que fosse tão agitada.
Quando a Covid-19 apareceu na província de Wuhan, na China, em dezembro de 2019, dizia-se que nunca iria chegar cá, mas esta começou a espalhar-se de uma maneira que ninguém imaginara e, quando chegou, não estávamos preparados para o que aí vinha. Pessoalmente, quando esta doença começou a espalhar-se pela Europa, brincava com os meus amigos e dizia-lhes que achava que não poderíamos ir à escola no terceiro período. Nunca pensei que isso fosse mesmo acontecer…
Infelizmente, esta doença mexeu com o meu sistema nervoso, acho que, principalmente, por eu fazer parte de um grupo de risco. Na semana em que o Governo português e Direção Geral de Saúde (DGS) estavam a ponderar a quarentena e a interrupção, por tempo indeterminado, das aulas, tive algumas crises de asma que foram causadas pelo stresse.  E estas crises pioraram quando, ao princípio, a DGS declarou que ainda não era necessário suspender as aulas.  A meu ver, isto aconteceu, pois, um dia depois da Universidade de Lisboa suspender as aulas presenciais, houve uma invasão, nas praias de Cascais, de estudantes que deviam estar em quarentena. Assim, para quê suspender as aulas se depois vão para a praia? Andava maldisposta e angustiada porque sabia que corria mais riscos do que a maioria dos meus amigos e estava a ficar preocupada com o facto de o governo não estar a ter a atitude mais correta e adequada e, devido a isto, não consegui estudar tanto quanto devia para o teste de português...
 Confesso que, por momentos, fiquei mesmo frustrada porque em Itália o Governo só implementou a quarentena depois de haver, no país, 2000 infetados e 500 mortos. Com isto, achava que deveríamos aprender com os erros cometidos pelos Italianos.
  De momento estamos de quarentena e em pleno estado de emergência, mas como a minha mãe é médica continuo a ter muitos riscos apesar de ela ter todos os cuidados necessários: deixa os sapatos na garagem e, quando chega a casa, desinfeta as mãos e vai tomar banho. Até se mudou para o primeiro andar do apartamento para não estar em excessivo e desnecessário contacto connosco.
  Não estamos autorizados a sair de casa, a não ser que seja para ir ao supermercado, à farmácia, ou fazer caminhadas, nunca com mais de duas pessoas, mas quantas menos melhor para diminuir a probabilidade de contágio. De qualquer maneira, apesar de não podermos ir à escola, continuamos a ter de fazer trabalhos e, para a semana, já vamos ter aulas online. Especialistas afirmam que devemos fazer a nossa rotina como se fôssemos sair de casa, de forma a sermos produtivos.
  Há uma grande probabilidade de só haver vacina contra a covid-19 no final do ano, apesar de alguns cientistas afirmarem que vão ter uma pronta em setembro. Até aí, mesmo depois da quarentena acabar, toda a população mundial irá ter de usar máscaras e a nossa vida não vai voltar a ser como a conhecemos, não só por questões de saúde pública mas pela crise mundial que em inúmeros aspetos se vai assemelhar à Grande Depressão de 1929, apesar dessa crise ter sido causada pela superprodução.
 Desta forma, posso afirmar que temo não só pela minha saúde, mas também pela dos meus pais, dos meus avós e dos meus amigos que também têm asma. Eu e o Rui brincávamos que se apanhássemos a doença, rapidamente íamos ter com o São Pedro, mas espero que isso não aconteça…
Para finalizar, espero que, para bem da saúde pública, as pessoas comecem a ter bom senso e a ficar em casa, se possível, porque assim VAMOS TODOS FICAR BEM!
Catarina Marques, 10.º A
Abril 2020
 

      Desde que o surto do COVID-19 começou, muitos aspetos mudaram na minha vida.
       Não posso encontrar-me com os meus amigos e a única interação que tenho com eles são as mensagens, as chamadas, e os momentos em que jogamos juntos. Não posso sair de casa, logo as atividades que posso fazer são muito limitadas. Passo maior parte do meu tempo em frente do computador, a ver vídeos, falar com os meus colegas, jogar, resumindo, tento passar o tempo.
      Como não há escola, a aprendizagem torna-se mais difícil, pois ensinar um aluno numa sala de aula é muito mais prático do que enviar a matéria pela net. Enquanto as aulas síncronas não começarem, estamos limitados a receber as fichas que as professoras nos mandam, e temos prazos de entrega para enviar a resolução destas. Como eu tenho dois pais professores, eles passam maior parte do dia nos seus computadores em reuniões, logo, eu estou praticamente isolado no meu quarto.
     As compras também se tornaram uma atividade complicada, pois com o objetivo de manter o distanciamento social, começámos a tentar reduzir mais os gastos de comida para que esta dure o maior tempo possível. Passámos a fazer as compras online e a levantá-las de carro, mas isto acaba por ter certas desvantagens, visto que alguns produtos se esgotam antes da encomenda e são substituídos por produtos semelhantes.
      O que mais me custa mais é estar afastado de várias pessoas de quem gosto, e espero que todas elas continuem bem e que quando tudo isto acabar possa voltar a ter a minha vida normal junto delas.
André Filipe, 10.º A
 

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